posted by TeatrUBI at 4:36 da tarde
terça-feira, janeiro 20, 2009
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5 Comments:
um jantar parece bem =D mas o G.tal gostava de saber niticias do festival de teatro? já tem data marcada? adoravamos voltar...beijos para todos
Será desta que nos encontramos?
Este comentário foi removido pelo autor.
"É a revolução camaradas! é a revolução!" foram as primeiras palavras que disse ao serviço do Teatr'UBI (quando ainda não desconfiava que o grupo ia mesmo revolucionar a minha vida), vestida de operária fabril, enquanto distribuia panfletos pela população!
Na verdade, não disse muitas mais porque me sentia melhor a interpretar movimento. Uma vez, durante a leitura de poemas de Abril (a contribuição do Teatr'UBI para as comemorações da data no ano seguinte) fiquei mesmo sem palavras: esqueci-me da que terminava um dos versos do poema que estava a recitar - isto perante a praça cheia de gente! A sorte é que poucos estavam atentos à nossa performance!...
Depois disto e apesar de gostar muito dos ensaios e dos workshops, percebi que o meu "papel principal" era mais nos bastidores, na organização, e que no palco fazia melhor de figurante!
Mas não me esqueço das sensações: não me esqueço de quando alguém disse que o TeatroCine estava a abarrotar no dia em que estrámos o Hamlet; não me esqueço do que vi quando estava no palco a olhar para aquela plateia; não me esqueço da primeira "queimada" que bebi em Ourense com os Maricastaña, nem de lá cantar todos os anos o "Milho Verde"; não me esqueço do sabor da aguardente de ervas que bebíamos para aquecer a voz antes de entrar em cena no bar do português, mesmo em frente ao belo teatro "à italiana" de Ourense; não me esqueço do ensaio corrido que fizemos durante a viagem de comboio (também) para Ourense; não me esqueço do cartaz "a Técnica, o prazer de bem servir" que um dia caiu num final malandreco de "Os Mortos sem Sepultura"; não me esqueço das eternas discussões nas reuniões de segunda-feira entre pessoas que queriam mudar o mundo e que até o mudavam um bocadinho através do teatro; não me esqueço do prolongamento das reuniões na tasca Augusto com um bitoque XXL e vinho carrascão, que nos convencia que íamos mesmo mudar o mundo; não me esqueço do prolongamento do prolongamento das reuniões no Fora d'Horas, com alheiras às quatro da madrugada, a ouvir a banda sonora do "Underground" do Kusturica e dos olhares da Dona Amélia reveladores de que até no Fora d'Horas já estavamos um bocadinho fora de horas e do Senhor Pinto, mais compincha, a servir-nos a derradeira rodada; não me esqueço dos abraçinhos e da corrente de energia que às vezes sentíamos porque estavamos a dar e a receber tanto e a crescer tanto...
Acabei o curso, mas continuei na Covilhã a trabalhar mais dois anos, em parte porque me custava sair do Teatr'UBI e prescindir de tudo o que este grupo me estava a dar, porque o melhor da UBI, para mim, foi o Teatr'UBI!
Ler a mensagem da Susana, depois de uma noite como a de Sábado em que mais uma vez confirmei (a mim mesma!) de que o Teatr'UBI faz parte da minha razão de existir e deu existência a boa parte da minha forma de estar e de viver... é quase como estar no Teatro Cine outra vez. Em cima do palco, a sentir as tábuas por baixo do corpo, o corpo todo num palco, a ouvir a voz do Abernú não se sabe bem de onde (algures, "lá em cima"...), é sentir as mãos a transpirar num ensaio geral, o coração a bater cada vez mais alto à medida que as cadeiras vão ficando preenchidas, o burburinho, a tosse, as fadas da "Comédia sem título", a voz do Paraíba "Senhoras e Senhoras não vim aqui para alegrar o público com um jogo de palavras!".
Venho aqui para te agradecer, Susana, por me teres dado este safanão e por me permitires sentir tantas coisas BOAS cada vez que me recordo, que vos leio, que vos vejo! E este último Sábado foi...
MARAVILHOSO.
Obrigada por isso e por TUDO, tudo e tudo!
(Venham as fotografias!
Estas melhor do pe?)
Ah! Fora a música do GB! :)
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